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Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Virginia Woolf e Mrs. Dalloway

09/06/2020 by Steh Nenhum comentário

Na segunda quinzena de maio, nosso grupo de leitura coletiva discutiu Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp.


Virginia Woolf

Nasceu em 25 de janeiro na Inglaterra. Filha de Julia e Leslie Stephen, seu pai era um intelectual e Virginia foi educada em casa por professores particulares, tendo contato com escritores desde muito cedo.

Em 1912 se casou com o crítico Leonard Woolf. Pertenciam ao Grupo de Bloomsbury, círculo intelectual frequentado a principio por apenas duas mulheres, Virginia e sua irmã, a pintora Vanessa Bell. Este grupo se reunia para discutir sobre as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana e desprezavam a moral convencional. Virginia publicou seu primeiro livro, “A Viagem” em 1915. Em 1917 fundou com seu marido a editora Hogarth Press, que publicou autores como T.S. Eliot e Katherine Mansfield.

Virginia Woolf

É considerada uma das criadoras do fluxo de consciência, técnica narrativa muito presente em suas obras. Por seu estilo narrativo, Virginia é Modernista.

Lutou com a saúde mental durante toda a sua vida, em uma época que esta condição era mal compreendida até pelos médicos. Com medo de estar caindo no mesmo estado de depressão profunda que passou em sua juventude, acabou se suicidando em um rio próximo a sua casa em 1941.

Suas obras incluem romances, contos, ensaios, peças, além das coletâneas de seus diários e cartas.

Mrs. Dalloway

O livro mais conhecido da autora, publicado em 1925. Este livro narra um dia inteiro de uma mulher chamada Clarissa Dalloway. Ela vai dar uma festa à noite, e o livro começa quando ela sai pela manhã para comprar flores. Enquanto vai pensando na vida e na festa, a narrativa salta entre a mente das pessoas que ela passa pela rua. Ao voltar para casa, descobre que seu marido foi convidado para um almoço – e ela não. Mais tarde, um amigo que ela não via há anos aparece em sua casa. Este amigo também tem seus pensamentos revelados pela narrativa, e através dele chegamos a Septimus, um veterano da 1ª Guerra Mundial, que luta contra o estresse pós-traumático. Clarissa e Septimus, embora nunca se encontrem neste romance, são dois contrapontos da mesma narrativa. Um notável exemplo do fluxo de consciência na literatura.

Temas

O pano de fundo da história é a vida após a Guerra, os traumas de veteranos, a mudança da sociedade e do império britânico. São visíveis as críticas ao antigo regime e aos valores opressivos perpetuados pelo Império – e que estão chegando ao fim.

Este livro também trata da comunicação x privacidade, a solidão humana, a solidão de uma mulher mais velha, pessoas que ainda não encontraram seu lugar no mundo, o medo da morte e da opressão.


Mrs. Dalloway

Autora: Virginia Woolf

Editora: Penguin Companhia

Avaliação: 4 estrelas


Para se aprofundar mais em Mrs. Dalloway

O livro As Horas, de Michael Cunningham, é uma espécie de releitura de Mrs. Dalloway, que conta com três pontos de vista: Virginia Woolf no final de sua vida; uma mulher que luta contra a depressão e está lendo Mrs. Dalloway e Clarissa, uma mulher que vai dar uma festa neste dia e vive um paralelo com a personagem de Mrs. Dalloway. Cada uma vive em uma época diferente e todas tem em comum a luta com o suicídio. Um livro excelente, vencedor do Pulitzer em 1999. Ganhou uma versão para cinema em 2002, que também recomendamos.

As Horas (2002)

Fontes consultadas para a elaboração do texto

  • Biografia: Virginia Woolf: A medida da vida – Herbert Marder
  • SparkNotes
  • Ebiografia

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Reading time: 3 min
Resenhas•Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Lygia Fagundes Telles e A noite escura e mais eu

20/05/2020 by Steh Nenhum comentário

Neste mês de maio dividimos a leitura coletiva em quinzenas, então aproveitamos para ler mais um livro de contos de Lygia Fagundes Telles. A segunda quinzena está com Virginia Woolf e Mrs. Dalloway.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. 


A noite escura e mais eu: uma experiência literária

A noite escura e mais eu é um livro que reúne nove contos, e foi lançado em 1995. É considerado uma das melhores coletâneas de seus contos, junto com Antes do Baile Verde (1970). Os temas dos contos são o medo, a solidão, amor, morte, velhice. Esta é uma coletânea repleta de mistério e contos mais sombrios. Também é marcada por narradores inusitados como o cachorro em Crachá nos dentes e o anão filósofo de Anão de Jardim, o melhor conto deste livro. Os sentimentos dos personagens são explorados nas histórias, seus pensamentos e tragédias particulares, mas também desejos e esperanças. O incrível em Lygia é a reflexão que casa história traz, e a permanência delas. Você termina de ler o conto, mas continua a vivenciá-lo. Por isso é tão bom discutir os contos de Lygia em uma leitura coletiva, trocar impressões e pontos de vista, debater as ambiguidades. A história tem um significado para casa leitor, e trocar experiências traz um enriquecimento maior de nossa experiência de leitura.

O título da obra foi retirado de um verso de “Assovio” uma poesia de Cecília Meireles.

Depois de duas leituras incríveis de Lygia Fagundes Telles, não podemos deixar de recomendá-las a todos.: este A noite escura e mais eu e Antes do Baile Verde.


Lygia Fagundes Telles

Nasceu em São Paulo em 19 de abril de 1923, morou durante sua infância no interior do estado. De volta à capital, concluiu seus estudos e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, onde se formou. Começou a escrever cedo, e publicou sue primeiro livro de contos Porão e sobrado em 1938, ainda na adolescência, que foi bem recebido pela crítica. Apesar disso, a escritora considera seus primeiros livros “juvenilias”, e acredita que Ciranda de Pedra , de 1954, é o marco inicial de suas obras completas.

Lygia Fagundes Telles

Cronologicamente, Lygia está na geração modernista de 1945, ao lado de escritores como Clarice Lispector, Rubem Braga e Guimarães Rosa. Com sua amiga Clarice, exploraram o universo feminino moderno em suas obras, rompendo com o moralismo que deixava as mulheres à margem da figura masculina. Trouxe temas polêmicos para sua obra, como adultério, drogas, problemas sociais. Seus romances tendem mais para a literatura realista, enquanto alguns de seus contos lembraram o estilo de Edgar Allan Poe, em um estilo mais romântico e fantástico. Lygia considera Machado de Assis como uma influência na sua escrita.

Lygia foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985. Recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira, inclusive o Camões, em 2005, o prêmio mais importante da língua portuguesa.


A noite escura e mais eu

Autora: Lygia Fagundes Telles

Editora: Companhia das Letras

Avaliação: 5 estrelas

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Reading time: 2 min
Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Lygia Fagundes Telles e Antes do Baile Verde

30/04/2020 by Steh Nenhum comentário

O livro que lemos em abril na a leitura coletiva do Duende Leitor foi Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. 


Lygia Fagundes Telles

Nasceu em São Paulo em 19 de abril de 1923, morou durante sua infância no interior do estado. De volta à capital, concluiu seus estudos e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, onde se formou. Começou a escrever cedo, e publicou sue primeiro livro de contos Porão e sobrado em 1938, ainda na adolescência, que foi bem recebido pela crítica. Apesar disso, a escritora considera seus primeiros livros “juvenilias”, e acredita que Ciranda de Pedra , de 1954, é o marco inicial de suas obras completas.

Lygia Fagundes Telles

Cronologicamente, Lygia está na geração modernista de 1945, ao lado de escritores como Clarice Lispector, Rubem Braga e Guimarães Rosa. Com sua amiga Clarice, exploraram o universo feminino moderno em suas obras, rompendo com o moralismo que deixava as mulheres à margem da figura masculina. Trouxe temas polêmicos para sua obra, como adultério, drogas, problemas sociais. Seus romances tendem mais para a literatura realista, enquanto alguns de seus contos lembraram o estilo de Edgar Allan Poe, em um estilo mais romântico e fantástico. Lygia considera Machado de Assis como uma influência na sua escrita.

Lygia foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985. Recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira, inclusive o Camões, em 2005, o prêmio mais importante da língua portuguesa.

Antes do Baile Verde

Publicado em 1970, recebeu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França. É composto por dezoito contos, escritos entre 1949 e 1969. A linguagem varia, mas nota-se e um tom engajado, com denúncia velada à desigualdade social, e oposição ao regime militar do Brasil. Outros dois traços marcantes são a ambiguidade e ironia.

A cor verde é constantemente citada no livro, como referência à passagem da vida à morte. Seu pai gostava de frequentar casas de jogos, e levava Lygia “para dar sorte”. A escritora disse uma vez: “Na roleta, gostava de jogar no verde. Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o verde, ele está em toda a minha ficção. É a cor da esperança, que aprendi com meu pai.”


Temas

Os temas abordados nos contos de Antes do Baile Verde são o adultério, vida conjugal infeliz, solidão, velhice, diferenças de idade, infância e adolescências, vingança, cenas da vida familiar, a morte e a loucura. São desenvolvidos principalmente através de diálogos ou uma reflexão interna dos personagens, alguns em primeira apessoa, outros em terceira pessoa.


Antes do Baile Verde

Autora: Lygia Fagundes Telles

Editora: Companhia das Letras

Avaliação: 5 estrelas


Fontes consultadas para a elaboração do texto

Biografia na Academia Brasileira de Letras

Biografia Projeto Releituras

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Reading time: 2 min
Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Isabel Allende e A Casa dos Espíritos

29/04/2020 by Steh Nenhum comentário

O livro que lemos em Março na leitura coletiva do Duende Leitor foi A casa dos espíritos de Isabel Allende.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. 


Isabel Allende

A autora nasceu no Peru em 2 de agosto de 1942 mudou-se para o chile ainda bem pequena, onde e viveu sua infância e juventude.

Isabel Allende

Sobrinha em segundo grau de Salvador Allende, candidato socialista que venceu as eleições presidenciais chilenas e, em 1973, viu seu governo cair com um golpe militar. Ela foi obrigada a fugir com sua família para a Venezuela, pois toda a família de Allende sofreu perseguição. É neste país que ela começa a sua produção literária. Atualmente vive nos Estados Unidos.
Suas obras literárias são especialmente dedicadas aos acontecimentos da história do Chile.

A Casa dos Espíritos

Primeiro romance da autora, é considerado um clássico da literatura latino americana. A casa dos espíritos conta a saga da família Trueba entre os anos de 1905 e 1975. Combinando o fantástico e o real, traça um paralelo com a história de um pais muito parecido com o Chile. suas personagens vivem envoltos com a politica, as transformações sociais, um golpe militar e os impactos em uma família conflituosa.O patriarca, senador Esteban Trueba, extremo conservador, machista e falso moralista, contrasta diretamente com as mulheres fortes de sua família, em especial sua esposa Clara, clarividente e ligada ao misticismo e com ideias opostas ao marido.

Embora o título fale de espíritos, este não é um livro espírita.

Temas

Obra de realismo fantástico, Isabel Allende se baseou em próprias memórias de infância e juventude para escrever o livro. Ela viveu em um casarão similar ao dos Trueba com toda a sua família, um ambiente liberal e intelectual, e que despertou o seu interesse pela literatura . O tema central retratado no livro é o poder das mulheres, a luta entre as classes e a importância da genealogia. A fantasia se desenvolve em paralelo aos fatos históricos recentes do Chile, incluindo uma história de amor lado a lado com os assassinatos, desaparecimentos e torturas da sangrenta ditadura militar.


Para assistir

A casa dos espíritos (1993)

Adaptação de 1993 do livro de Isabel Allende, com Meryl Streep, Glenn Close, Winona Ryder, Antonio Banderas e Jeremy Irons.


A Casa dos Espíritos

Autora: Isabel Allende

Editora: Bertrand Brasil

Avaliação: 5 estrelas


Fontes consultadas para a eladoração do texto

  • SparkNotes
  • Isabel Allende no Portal da Literatura
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Reading time: 2 min
Maratonas e leituras coletivas•Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Júlia Lopes de Almeida e A Intrusa

04/03/2020 by Steh Nenhum comentário

O Duende Leitor está organizando uma leitura coletiva durante o ano de 2020. O projeto “Uma mulher por mês” tem por objetivo ler mais livros escritos por mulheres, de clássicos a contemporâneos. Os meses são intercalados entre autoras internacionais e autoras brasileiras.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. Ou, se preferir, faça parte do nosso grupo no Facebook Lendo com o Duende Leitor.

O próximo livro, que será discutido em março, é A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende.

Mas agora vamos falar um pouco sobre a autora e sua obra escolhida para a leitura do mês de fevereiro.

Júlia Lopes de Almeida

Nascida em 24 de setembro de 1862, no Rio de Janeiro, filha de pais portugueses emigrados. Ainda na infância, mudou-se para Campinas/SP, e foi nesta cidade que começou a publicar seus primeiros textos, em 1881, na Gazeta de Campinas. Naquela época, a literatura ainda não era vista como uma atividade para mulheres. Em 1886, Júlia mudou-se para Lisboa, onde se lançou como escritora. Junto com sua irmã, Adelina Lopes Vieira, publica Contos Infantis, em 1887. Este livro viria a ser pioneiro na literatura infantil no Brasil. Neste mesmo ano ano, casou-se com o também escritor Filinto de Almeida. Durante esta época começou a colaborar com revistas e jornais brasileiros.

Retornando ao Brasil em 1888, lança seu romance, Memórias de Marta, que saiu no formato de folhetim no jornal O País. Seus textos nos jornais da época tratavam de temas atuais e pertinentes como a República, a abolição e os direitos civis.

Júlia Lopes de Almeida, em foto sem data

Júlia escrevia poemas, contos, romances e até peças de teatro. Ela integrava o grupo de escritores e intelectuais que planejaram a criação da Academia Brasileira de Letras. O seu nome constava na lista dos primeiros 40 Imortais fundadores. Mas, na primeira reunião da ABL, o seu nome foi excluído, pois os fundadores decidiram manter uma Academia exclusivamente masculina, inspirada na Academia Francesa. No lugar de Júlia entrou o seu marido, Filinto de Almeida, que chegou a ser chamado de “acadêmico consorte”.

Júlia Lopes de Almeida morreu em 30 de maio de 1934, no Rio de Janeiro.

A Intrusa

Um viúvo, cansado da má direção de sua casa, coloca um anúncio em um jornal procurando uma governanta. Apenas uma moça responde ao anúncio, e acaba sendo contratada para dirigir a casa e cuidar da educação de sua filha. A única regra, no entanto, era que os dois nunca deveriam se ver, pois o viúvo era fiel à memória da esposa. Esta situação não evita comentários maldosos de todas as relações do viúvo. Aos poucos, ele vai se encantando por Alice sem conhecê-la, apenas pelo seu bom trabalho.

Temas

Este livro se passa no final do século XIX. O Rio de Janeiro vivia a Belle Époque, auge da cultura cosmopolita, época de grandes transformações culturais. A maior parte do livro se passa entre os aristocratas cariocas, com seus dramas e tramoias políticas. A política serve de pano de fundo para este livro, embora, à primeira vista, pareca apenas um romance.

Outro tema abordado é o trabalho feminino, muito defendido por escritoras oitocentistas. Era raro mulheres trabalharem fora, embora no caso da personagem Alice Galba, seu trabalho fosse ser governanta e preceptora, duas funções consideradas da “esfera feminina”, ainda assim era mal vista pela sociedade. O único contexto em que o trabalho feminino era tolerado era no caso de falência ou viuvez. A mulher, de uma classe média empobrecida, podia vender o seu saber para sobreviver. A preceptoria era um dos raros trabalhos remunerados para mulheres no Brasil oitocentista. O livro aborda a importância da educação e do trabalho como forma de emancipação feminina. Uma forma de transgressão da condição feminina, a procura da autonomia através do trabalho, com decência, apesar de ser sempre um alvo de críticas e julgamentos negativos.

Apesar de uma abordagem positiva sobre o trabalho feminino, a obra faz, como a de outras escritoras da época, a apologia das “rainhas do lar”. Ela passa de governanta a dona de casa, ganhando um marido pelos serviços prestados. Um caminho eficiente para a ascensão social e o casamento um meio lícito de enriquecimento.

Ainda sobre o enriquecimento através do casamento, a personagem que mais fala sobre isso é a Sra. Pedrosa. Ela é um exemplo de uma caricatura da situação em que o homem toma as decisões na casa. Através de sua perspicácia, Pedrosa manobra o marido que, de advogado pobre, passa a ser ministro. E ela continua tomando decisões por seu marido como se ela própria fosse a ministra. Insistente em casar sua filha com o viúvo, para Pedrosa só um casamento vantajoso em termos financeiros seria adequado.


A Intrusa

Autora: Júlia Lopes de Almeida

Editora: Pedrazul

Avaliação: 4 estrelas


Fontes consultadas para a elaboração do texto

  • Sombra Errante: A preceptora em A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida
  • A composição estética de A intrusa, de Júlia Lopes de Almeida: uma visão do conjunto
  • Resumo de A Intrusa
  • Editora Pedrazul: A Intrusa
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Reading time: 4 min
Maratonas e leituras coletivas•Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Jane Austen e A Abadia de Northanger

24/01/2020 by Steh Nenhum comentário

O Duende Leitor está organizando uma leitura coletiva durante o ano de 2020. O projeto “Uma mulher por mês” tem por objetivo ler mais livros escritos por mulheres, de clássicos a contemporâneos. Os meses são intercalados entre autoras internacionais e autoras brasileiras.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. Ou, se preferir, faça parte do nosso grupo no Facebook Lendo com o Duende Leitor.

O próximo livro, que será discutido em fevereiro, é A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida.

Mas agora vamos falar um pouco sobre a autora e sua obra escolhida para a leitura do mês de janeiro.

Jane Austen

Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em Steventon, Hampshire na Inglaterra, a sétima filha do reverendo local. Foi educada em casa, e começou a escrever pequenas sátiras de livros populares para o entretenimento de sua família. Como a filha de um clérigo de uma família com boas conexões sociais, ela teve uma ampla oportunidade de estudar os hábitos da classe média, da nobreza e da aristocracia em seu tempo. Com 21 anos começou a escrever um livro chamado “The First Impressions”, a primeira versão do livro que viria a ser conhecido como Orgulho e Preconceito.

Retrato de Jane Austen, feito por um artista anônimo, baseado no único retrato da autora feito em vida, pela sua irmã Cassandra.


Em 1801, seu pai se aposentou e a família mudou para o resort da moda, Bath. Dois anos depois ela vendeu a primeira versão de A Abadia de Northanger para um editor em Londres, mas seu primeiro livro publicado foi Razão e Sensibilidade, pago por ela, em 1811. A seguir, publicou Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). Seus livros foram publicados de forma anônima, assinados por “By a lady”, mas mesmo assim ela conquistou vários leitores devotos ainda em vida, entre eles o Príncipe Regente e Sir Walter Scott. Em 1816, já com a saúde declinando, ela escreveu Persuasão e revisou A Abadia de Northanger. Seu último trabalho, Sanditon, foi deixado inacabado por conta de sua morte em 18 de julho de 1817. A identidade de Jane Austen como autora foi revelada postumamente por seu irmão Henry, que supervisionou a publicação de A Abadia de Northanger e Persuasão em 1818.
Embora o domínio das histórias de Jane fosse restrito como a sua vida, sua sagacidade e observação aguçada fizeram que ela ocupasse um lugar entre os maiores escritores de todos os tempos.

A Abadia de Northanger

A jovem Catherine Morland vai passar um tempo com seus vizinhos ricos no balneário da moda, Bath. Seu primeiro contato com a sociedade nobre e as amizades que consegue fazer vão levá-la à misteriosa Abadia de Northanger. Suas extensas leituras góticas, aliadas à uma imaginação fértil tornarão a sua estadia na abadia uma aventura assustadora.

Temas e inspiração

A Abadia de Northanger foi escrito em 1798, mas publicado apenas em 1817 após a morte de Jane. É uma mistura de paródia literária e uma sátira dos costumes da nobreza inglesa na virada do século dezenove, principalmente dos aspectos comerciais do casamento. Além disso, é uma história da entrada da heroína na vida e na sociedade. Catherine Morland é uma vítima da loucura por romances góticos da época, e está determinada a ser a heroína de um romance emocionante.

Os primeiros escritos de Jane foram paródias de convenções literárias, e A Abadia de Northanger carrega esta ideia. Mas não é completamente um romance gótico. A primeira metade do livro tem muito do que seria comum nos outros livros de Jane, que é apresentar um recorte da vida em sociedade da pequena nobreza e aristocracia. Jane se inspirou em seu próprio conhecimento da sociedade de Bath, onde viveu depois da aposentadoria de seu pai, para retratar a cidade e seus encantos, que logo se tornavam um tanto enfadonhos, depois que você já conhecesse o lugar.

As novelas góticas normalmente se passavam em castelos ou abadias, em regiões como a Itália ou o sul da França, e envolviam uma heroína descobrindo coisas horríveis e assustadoras nessas velhas casas. Equivalentes ao gênero de horror moderno, Catherine lê esses livros pelo prazer de se assustar. Sua imaginação fértil é tão alimentada por essas histórias que começa a acreditar que está passando pelo mesmo que as heroínas de livros góticos. Com frequência, as abadias nessas histórias foram habitadas por freiras ou monges no passado, e compradas por lordes ou barões, que normalmente eram vilões. A ironia dessas histórias góticas reside justamente em utilizar um local com uma aura sagrada, como uma abadia, e mostrar coisas horríveis que acontecem lá depois que essa abadia é “profanada”.

Todos os livros góticos citados em A Abadia de Northanger existem, e eram populares na época de Jane. O maior destaque vai para Os Mistérios de Udolpho, de Ann Radcliffe, uma autora contemporânea muito popular.

Além do tema gótico, “como seria um romance gótico na vida real”, outros grandes temas do livro são: o conflito entre o casamento por dinheiro x o casamento por amor; a entrada de uma jovem na vida adulta; e a leitura como uma ferramenta importante para o crescimento pessoal.

Jane fala com o leitor diretamente ao longo da narrativa da Abadia, e esses pequenos trechos revelam um pouco dos pensamentos da autora sobre a sociedade em que vivia. É uma raridade saber o que Jane pensava, pois todas as suas cartas foram queimadas pela irmã, a seu pedido, depois que ela morreu, e poucas informações sobre sua personalidade sobreviveram até hoje, e apenas através dos escritos de seus sobrinhos, muitos anos depois de sua morte.

A Abadia contém ainda o famoso discurso de Jane sobre os romances, em que ela defende os considerados livros para mulheres de baixa literatura, como literatura e excelentes retratos da sociedade e da mente das pessoas.

Para assistir

A Abadia de Northanger foi adaptada várias vezes para TV, teatro, rádio, adaptações modernas no youtube… A nossa dica vai para a versão de 2007, um filme para TV do mesmo roteirista da famosa série de Orgulho e Preconceito (1995) e, mais recentemente, Sanditon (2019)

JJ Feild e Felicity Jones como Henry e Catherine em Northanger Abbey (2007)

A Abadia de Northanger

Autora: Jane Austen

Editora: LP&M
Avaliação: 5 estrelas


Fontes consultadas para a elaboração do texto

  • Penguim Random House: Northanger Abbey
  • SparkNotes
  • The Jane Austen Society of UK

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Resenhas

Read Christie: Assassinato na casa do pastor

21/01/2020 by Steh Nenhum comentário

Mais uma vez a página oficial da Agatha Christie está organizando uma leitura de uma obra por mês. O tema do primeiro mês é “um livro que mudou a vida da Agatha Christie”. Eu escolhi o “Assassinato na casa do pastor”.

Este foi o terceiro livro da Agatha que eu li, há uns 18 anos atrás. E meu primeiro livro de Miss Marple. Por coincidência, esta é a primeira história protagonizada pela simpática e inofensiva senhorinha que soluciona crimes.

O Colonel Protheroe é a pessoa mais detestada na pequena St. Mary Mead. Até mesmo o pastor local não gosta dele, e declara publicamente que a pessoa que matar o Coronel estará fazendo um serviço de utilidade pública. Poucas horas depois, essa declaração volta para assombrá-lo, pois o Coronel é encontrado morto na casa do pastor. É hora de sua simpática vizinha Jane Marple entrar em ação e tentar provar a inocência do pastor. Mas Miss Marple logo descobre que todos na cidade tem motivos para matar o Coronel… e St. Mary Mead não é uma cidade tão inocente quanto parece.

The Murder at the Vicarage (1986)

💬 Publicado em 1930

💬 É o primeiro livro de Jane Marple, que viria a se tornar tão famosa quanto o outro célebre detetive de Agatha, Poirot.

💬 O livro é dedicado à Rosalind, sua única filha.

💬 Além de introduzir Miss Marple e a cidade de St. Mary Mead, também introduziu outros personagens recorrentes nas histórias de Marple, como o pastor e sua esposa.

💬 Adaptado para o cinema em 1986 com Joan Hickson e na série “Marple” em 2004, com Geraldine McEwan.

The Murder at the Vicarage (2004)

Assassinato na casa do pastor

Autora: Agatha Christie

Editora: L&PM

Avaliação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐

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Resenhas

O Natal de Poirot

24/12/2019 by Steh Nenhum comentário

Na véspera de Natal, uma reunião familiar é interrompida por barulhos de objetos sendo quebrados e um grito horrível. O tirânico patriarca da família Lee é encontrado morto, mergulhado em uma poça de sangue saindo de sua garganta cortada. Hercule Poirot, que estava por acaso passando o Natal nas proximidades, é chamado para investigar o mistério. Mas encontra uma família disfuncional e uma atmosfera de desconfiança entre as pessoas: parece que todos tinham um motivo para querer a morte do velho.

Hercule Poirot’s Christmas (1994)

💬 Publicado em 1938. A citação de abertura do livro vem da peça de Shakespeare, Macbeth: “Mas quem poderia imaginar que o velho tivesse tanto sangue no corpo?”

💬 Agatha dedicou esse livro ao seu cunhado, que achava que os assassinatos nos seus livros estavam ficando muito refinados. Ela respondeu sua crítica com: “você queria uma história de assassinato violenta com muito sangue.. essa história é escrita para você!” Realmente, não é muito frequente nos livros da Agatha assassinatos violentos, gargantas cortadas, armas de fogo… a autora preferia matar seus personagens com veneno. A violência desse crime só se assemelha aos vários crimes horríveis do clássico “E não sobrou nenhum”.

Com isso chegamos ao final do projeto de leitura #ReadChristie2019 organizado por @officialagathachristie .

Feliz Natal, do Duende Leitor. 🙂

O Natal de Poirot

Autora: Agatha Christie

Editora: L&PM

Avaliação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐

Compre na Amazon

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Resenhas

Mulherzinhas

08/12/2019 by Steh Nenhum comentário

Meg, Jo, Beth e Amy são irmãs que vivem com a mãe em uma tranquila vizinhança americana nos idos de 1868. Eles era uma família rica, mas depois de alguns problemas financeiros, perderam sua fortuna e o pai virou um pastor. No início do livro, o pai delas está servindo de pastor na Guerra Civil Americana, e as meninas passam o primeiro Natal sem ele. Meg e Jo, as irmãs mais velhas, trabalham para ajudar nas despesas de casa. Meg dá aulas para quatro crianças de um vizinho próximo e Jo é uma espécie de assistente de sua tia rica, Beth é uma menina tímida que prefere ficar em casa e fazer serviços domésticos, e Amy está na escola. Cada irmã é diferente, Meg é uma garota bonita e tradicional, Jo escreve e é meio moleca, Beth gosta de tocar piano e Amy é artista e sonha em andar em altos círculos sociais e ser rica. Elas ficam amigas dos vizinhos ricos, Laurie e seu avô. O livro segue contando pequenos trechos cotidianos da vida das meninas, conforme elas vão crescendo. Apesar de parecer ser um livro fofinho, e muitas vezes tem um tom didático, repleto de moral e bons costumes, sua heroína, Jo, faz a diferença. Talvez ela seja a causa da permanência do livro até os dias de hoje. Jo é uma garota a frente do seu tempo, sempre questionando o papel da mulher na sociedade. Ela luta por sua independência, e por ter suas histórias publicadas e ganhar dinheiro com isso, sem ser mal vista pela sociedade ou ser explorada por editores.

Little Women (2019)

Originalmente publicado em duas partes (e até hoje você encontra versões com os volumes separados): Mulherzinhas e Boas Esposas. Foi um livro encomendado pelo editor da Louisa May Alcott, que pediu que ela escrevesse algo para meninas. Mesmo contrariada, ela acabou cedendo, e escreveu alguns capítulos de teste. Ela achou um pouco chato, e seu editor também. Mas como a sobrinha do editor, que estava na faixa etária do público-alvo, leu e gostou, passaram os capítulos para outras meninas que também aprovaram. Então, Louisa escreveu o resto do livro bem rápido, para fins monetários mesmo, mas o sucesso da obra surpreendeu a autora e seu editor. Mais tarde, ela publicou mais outros livros no mesmo universo em sequência.

O livro já foi adaptado muitas vezes, tanto no teatro, como no cinema e na tv. A adaptação mais recente será um filme “Adoráveis Mulheres” com Saoirse Ronan como Jo, Emma Watson como Meg e Meryl Streep como a Tia March.

Mulherzinhas

Autora: Louisa May Alcott

Editora: Zahar

Avaliação: ⭐ ⭐ ⭐

Compre o livro na Amazon

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Resenhas

Resenha: Um unicórnio na cozinha

16/09/2019 by Steh Nenhum comentário

Resenha em parceria com a autora

Renata tem um emprego entediante, e não é muito próxima aos colegas de trabalho, com a exceção de Rogério. Mas naquele dia meio ruim, nem seu único colega estava lá para fazer companhia e se despedir no ponto de ônibus. Uma chuva persistente quase faz com que a garota tome um tombo, mas ela é segurada por um moço gentil. Só que ela não esperava que fosse Katsu, famoso por ser herdeiro de uma empresa local. Essa aparente coincidência se torna ainda mais absurda quando ela descobre que Katsu é o melhor amigo de seu colega Rogério! Os dois acabam indo visitar o doente dramático Rogério. Depois dessa reviravolta em um dia comum, Renata não espera mais nada. Muito menos chegar em casa e encontrar um unicórnio (e um coelho falante) na cozinha!

Esse conto super divertido narra o nascimento de uma garota mágica. Sim, mesmo nossa protagonista sendo um pouco mais velha que a média das garotas mágicas, acaba conseguindo um bico nesse trabalho, que tem até plano de saúde!
. 💬Com muito bom humor, a autora transforma uma vida comum em uma grande aventura mágica. Eu amei os personagens, em especial o unicórnio Homero, que só sabe dar risada. Fiquei animada em saber que este é o primeiro conto de uma série!
.
💬Este conto foi escrito por uma das colaboradoras do Duende Leitor!💖 Ele também está disponível no Kindle Unlimited!


Um unicórnio na cozinha
Autora: Shizuka Moon @srtashizuka 
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

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Reading time: 1 min
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