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Maratonas e leituras coletivas•Uma mulher por mês

Uma mulher por mês: Jane Austen e A Abadia de Northanger

24/01/2020 by Steh Nenhum comentário

O Duende Leitor está organizando uma leitura coletiva durante o ano de 2020. O projeto “Uma mulher por mês” tem por objetivo ler mais livros escritos por mulheres, de clássicos a contemporâneos. Os meses são intercalados entre autoras internacionais e autoras brasileiras.

O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp. Ou, se preferir, faça parte do nosso grupo no Facebook Lendo com o Duende Leitor.

O próximo livro, que será discutido em fevereiro, é A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida.

Mas agora vamos falar um pouco sobre a autora e sua obra escolhida para a leitura do mês de janeiro.

Jane Austen

Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em Steventon, Hampshire na Inglaterra, a sétima filha do reverendo local. Foi educada em casa, e começou a escrever pequenas sátiras de livros populares para o entretenimento de sua família. Como a filha de um clérigo de uma família com boas conexões sociais, ela teve uma ampla oportunidade de estudar os hábitos da classe média, da nobreza e da aristocracia em seu tempo. Com 21 anos começou a escrever um livro chamado “The First Impressions”, a primeira versão do livro que viria a ser conhecido como Orgulho e Preconceito.

Retrato de Jane Austen, feito por um artista anônimo, baseado no único retrato da autora feito em vida, pela sua irmã Cassandra.


Em 1801, seu pai se aposentou e a família mudou para o resort da moda, Bath. Dois anos depois ela vendeu a primeira versão de A Abadia de Northanger para um editor em Londres, mas seu primeiro livro publicado foi Razão e Sensibilidade, pago por ela, em 1811. A seguir, publicou Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). Seus livros foram publicados de forma anônima, assinados por “By a lady”, mas mesmo assim ela conquistou vários leitores devotos ainda em vida, entre eles o Príncipe Regente e Sir Walter Scott. Em 1816, já com a saúde declinando, ela escreveu Persuasão e revisou A Abadia de Northanger. Seu último trabalho, Sanditon, foi deixado inacabado por conta de sua morte em 18 de julho de 1817. A identidade de Jane Austen como autora foi revelada postumamente por seu irmão Henry, que supervisionou a publicação de A Abadia de Northanger e Persuasão em 1818.
Embora o domínio das histórias de Jane fosse restrito como a sua vida, sua sagacidade e observação aguçada fizeram que ela ocupasse um lugar entre os maiores escritores de todos os tempos.

A Abadia de Northanger

A jovem Catherine Morland vai passar um tempo com seus vizinhos ricos no balneário da moda, Bath. Seu primeiro contato com a sociedade nobre e as amizades que consegue fazer vão levá-la à misteriosa Abadia de Northanger. Suas extensas leituras góticas, aliadas à uma imaginação fértil tornarão a sua estadia na abadia uma aventura assustadora.

Temas e inspiração

A Abadia de Northanger foi escrito em 1798, mas publicado apenas em 1817 após a morte de Jane. É uma mistura de paródia literária e uma sátira dos costumes da nobreza inglesa na virada do século dezenove, principalmente dos aspectos comerciais do casamento. Além disso, é uma história da entrada da heroína na vida e na sociedade. Catherine Morland é uma vítima da loucura por romances góticos da época, e está determinada a ser a heroína de um romance emocionante.

Os primeiros escritos de Jane foram paródias de convenções literárias, e A Abadia de Northanger carrega esta ideia. Mas não é completamente um romance gótico. A primeira metade do livro tem muito do que seria comum nos outros livros de Jane, que é apresentar um recorte da vida em sociedade da pequena nobreza e aristocracia. Jane se inspirou em seu próprio conhecimento da sociedade de Bath, onde viveu depois da aposentadoria de seu pai, para retratar a cidade e seus encantos, que logo se tornavam um tanto enfadonhos, depois que você já conhecesse o lugar.

As novelas góticas normalmente se passavam em castelos ou abadias, em regiões como a Itália ou o sul da França, e envolviam uma heroína descobrindo coisas horríveis e assustadoras nessas velhas casas. Equivalentes ao gênero de horror moderno, Catherine lê esses livros pelo prazer de se assustar. Sua imaginação fértil é tão alimentada por essas histórias que começa a acreditar que está passando pelo mesmo que as heroínas de livros góticos. Com frequência, as abadias nessas histórias foram habitadas por freiras ou monges no passado, e compradas por lordes ou barões, que normalmente eram vilões. A ironia dessas histórias góticas reside justamente em utilizar um local com uma aura sagrada, como uma abadia, e mostrar coisas horríveis que acontecem lá depois que essa abadia é “profanada”.

Todos os livros góticos citados em A Abadia de Northanger existem, e eram populares na época de Jane. O maior destaque vai para Os Mistérios de Udolpho, de Ann Radcliffe, uma autora contemporânea muito popular.

Além do tema gótico, “como seria um romance gótico na vida real”, outros grandes temas do livro são: o conflito entre o casamento por dinheiro x o casamento por amor; a entrada de uma jovem na vida adulta; e a leitura como uma ferramenta importante para o crescimento pessoal.

Jane fala com o leitor diretamente ao longo da narrativa da Abadia, e esses pequenos trechos revelam um pouco dos pensamentos da autora sobre a sociedade em que vivia. É uma raridade saber o que Jane pensava, pois todas as suas cartas foram queimadas pela irmã, a seu pedido, depois que ela morreu, e poucas informações sobre sua personalidade sobreviveram até hoje, e apenas através dos escritos de seus sobrinhos, muitos anos depois de sua morte.

A Abadia contém ainda o famoso discurso de Jane sobre os romances, em que ela defende os considerados livros para mulheres de baixa literatura, como literatura e excelentes retratos da sociedade e da mente das pessoas.

Para assistir

A Abadia de Northanger foi adaptada várias vezes para TV, teatro, rádio, adaptações modernas no youtube… A nossa dica vai para a versão de 2007, um filme para TV do mesmo roteirista da famosa série de Orgulho e Preconceito (1995) e, mais recentemente, Sanditon (2019)

JJ Feild e Felicity Jones como Henry e Catherine em Northanger Abbey (2007)

A Abadia de Northanger

Autora: Jane Austen

Editora: LP&M
Avaliação: 5 estrelas


Fontes consultadas para a elaboração do texto

  • Penguim Random House: Northanger Abbey
  • SparkNotes
  • The Jane Austen Society of UK

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Reading time: 5 min

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O projeto começou com um instagram literário, para compartilhar resenhas e dicas de livros. Feito por Syl, Steh e Moon.

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