Resenha: Fahrenheit 451

Fahrenheit 451 mostra uma sociedade futurística distópica, mais ou menos em paralelo aos dias de hoje, onde os seus cidadãos passam os dias vendo televisão de baixa qualidade, escutando músicas imbecilizantes e tomam pílulas tranquilizadoras. Nesse estado de torpor, as pessoas não tem problemas e nem se questionam. Uma coisa é terminantemente proibida: os livros. Os próprios cidadãos trocam de bom grado seu direito de ler livros por uma sociedade sem conflito, baseada apenas nos prazeres do entretenimento e consumo, pois acreditam que são os livros que perturbam a “paz de espírito” das pessoas. Bombeiros são a autoridade, a ordem e a lei na cidade. São eles que, ao invés de apagar incêndios, são os responsáveis por queimar bibliotecas clandestinas, e destruir a cultura e a educação

Montag é um bombeiro, limitado a fazer tudo do mesmo jeito todos os dias, sem questionar. Ele gostava do fogo e das labaredas, e não tinha nenhum problema em queimar livros, até porque esta foi a profissão de seu pai e de seu avô. Até que ele conhece Clarisse, uma jovem que se autointitula rebelde, e prefere ficar fora da sociedade. Ela consegue ver como as coisas estão erradas nessa sociedade. Os dois ficam amigos e, através de suas conversas, Montag começa a se questionar sobre as coisas que ele vive e faz. Começa a observar pequenas coisas que o deixam um tanto confuso, como sua esposa, que estava sempre estava com a TV ligada, o rádio, com “fones-conchas” para ouvir notícias, enfim, todos aqueles aparelhos eletrodomésticos que ela considerava como “família”, que se preocupavam com ela, que lhe desejava bom dia. E quando ela ficava cansada disso, pegava seu carro e dirigia em velocidade alta,o vento no cabelo e se sentia livre. E depois disso, voltava para casa e continuava com sua vidinha de sempre. Se Montag fazia perguntas para a esposa, se ela lembrava de quando eles se conheceram, a esposa não sabe responder, fica em dúvida, parada no ar. Você acaba se perguntando se ela é humana ou um robô. Ela é humana, mas de tanto viver essa vida inútil e sem conhecimento se torna uma autômata. Montag percebeu que todos eram assim, e ninguém estava verdadeiramente ligado a nada.

Outro fato que desperta Montag foi atender uma denúncia de uma biblioteca clandestina, mas a senhora não quis sair de casa quando vieram queimar seus livros. Ela permaneceu lá dentro e morreu queimada com eles. Essa cena afetou muito Montag, que acaba ficando curioso sobre o conteúdo dos livros, se valia a pena morrer por eles, e por que eram tão perigosos. Ele vira um protetor dos livros.

Montag se torna um elemento perigoso e o incêndio começa a ficar mais quente, suas aventuras mais intensas. Você quer ler para saber até onde o autor quer chegar. Ele faz com que você questione, se ele está certo ou errado, e as coisas se tornam perturbadoras. Você fecha o livro e leva essa reflexão: a educação e a cultura não podem morrer jamais. Os livros contam a história, e nunca e nada vai conseguir substituí-los. É um livro emocionante para quem gosta de distopia e questionamentos.


Fahrenheit 451

Autor: Ray Bradbury

Editora: Biblioteca Azul

Avaliação: 5 estrelas

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