Ishtar é uma menina de quatorze anos que passa por diversos acontecimentos estranhos, que culminam com um convite para estudar no Colégio dos Guardiões, onde ela foi aprender a desenvolver seus misteriosos poderes que nem sabia que possuía, e também conhecer seres de diferentes dimensões. Embora seja uma humana, e seja diferente de todos, ela encontra uma amizade com eles que não conheceu em sua vida “normal”. Isto é muito importante para ela, que está tentando descobrir seus poderes e se adaptar a essa nova vida fantástica. E Ishtar não acredita em tanto potencial que tem, e em como ela é uma menina incrível, e vai encontrar o seu valor. Seu trabalho é aprender a usar a sua força para poder abrir portais e proteger a entrada da Caverna de Cristal.
Este é um livro com um toque de fantasia, distopia, de muita imaginação e criatividade. O que é bem legal nesse livro é o olhar de uma menina comum, perante dimensões, portais e tudo o que é diferente. Ishtar faz você imaginar e viajar com ela, em tudo o que ela vai passar de perigos, alegrias, conhecimentos. Eu adorei a personagem, uma heroína genial que tem algo de especial, que só lendo você pode encontrar.
Este é o primeiro volume da série A Caverna de Cristal. A leitura flui muito bem. É ótimo para quem gosta de uma boa história de aventura.
Fahrenheit 451 mostra uma sociedade futurística distópica, mais ou menos em paralelo aos dias de hoje, onde os seus cidadãos passam os dias vendo televisão de baixa qualidade, escutando músicas imbecilizantes e tomam pílulas tranquilizadoras. Nesse estado de torpor, as pessoas não tem problemas e nem se questionam. Uma coisa é terminantemente proibida: os livros. Os próprios cidadãos trocam de bom grado seu direito de ler livros por uma sociedade sem conflito, baseada apenas nos prazeres do entretenimento e consumo, pois acreditam que são os livros que perturbam a “paz de espírito” das pessoas. Bombeiros são a autoridade, a ordem e a lei na cidade. São eles que, ao invés de apagar incêndios, são os responsáveis por queimar bibliotecas clandestinas, e destruir a cultura e a educação
Montag é um bombeiro, limitado a fazer tudo do mesmo jeito todos os dias, sem questionar. Ele gostava do fogo e das labaredas, e não tinha nenhum problema em queimar livros, até porque esta foi a profissão de seu pai e de seu avô. Até que ele conhece Clarisse, uma jovem que se autointitula rebelde, e prefere ficar fora da sociedade. Ela consegue ver como as coisas estão erradas nessa sociedade. Os dois ficam amigos e, através de suas conversas, Montag começa a se questionar sobre as coisas que ele vive e faz. Começa a observar pequenas coisas que o deixam um tanto confuso, como sua esposa, que estava sempre estava com a TV ligada, o rádio, com “fones-conchas” para ouvir notícias, enfim, todos aqueles aparelhos eletrodomésticos que ela considerava como “família”, que se preocupavam com ela, que lhe desejava bom dia. E quando ela ficava cansada disso, pegava seu carro e dirigia em velocidade alta,o vento no cabelo e se sentia livre. E depois disso, voltava para casa e continuava com sua vidinha de sempre. Se Montag fazia perguntas para a esposa, se ela lembrava de quando eles se conheceram, a esposa não sabe responder, fica em dúvida, parada no ar. Você acaba se perguntando se ela é humana ou um robô. Ela é humana, mas de tanto viver essa vida inútil e sem conhecimento se torna uma autômata. Montag percebeu que todos eram assim, e ninguém estava verdadeiramente ligado a nada.
Outro fato que desperta Montag foi atender uma denúncia de uma biblioteca clandestina, mas a senhora não quis sair de casa quando vieram queimar seus livros. Ela permaneceu lá dentro e morreu queimada com eles. Essa cena afetou muito Montag, que acaba ficando curioso sobre o conteúdo dos livros, se valia a pena morrer por eles, e por que eram tão perigosos. Ele vira um protetor dos livros.
Montag se torna um elemento perigoso e o incêndio começa a ficar mais quente, suas aventuras mais intensas. Você quer ler para saber até onde o autor quer chegar. Ele faz com que você questione, se ele está certo ou errado, e as coisas se tornam perturbadoras. Você fecha o livro e leva essa reflexão: a educação e a cultura não podem morrer jamais. Os livros contam a história, e nunca e nada vai conseguir substituí-los. É um livro emocionante para quem gosta de distopia e questionamentos.
Carol tinha uma vida de rica, com tudo o que queria e não tinha problemas. Em um belo dia seu mundo desmoronou, seu castelo de cartas foi abaixo, ao encontrar os pais mortos. No momento que ela achou que ia dar um salto na vida, ela deu um passo para trás. Desorientada, sem auxílio de ninguém para ajudá-la a passar por esse trauma, e levá-la a um tratamento, ela decidiu tomar as decisões sozinha. Queria sumir, ir par algum lugar onde as pessoas não a conheciam, como uma pequena praia. Passou mais ou menos uns quinze dias, conheceu uma pensão muito boa, um local calmo e até deserto, porque não estava na época de férias, então eram dois hóspedes apenas. Carol criou uma rotina nesse tempo, a principio muito solitária, chorava muito. De uma hora para outra, ela decidiu pensar diferente, agir de um modo diferente, quase como aquela expressão “se eu sofri, os outros merecem também, se eu perdi, os outros merecem perder também”. E daquele momento que você acha que está lendo um romance triste, com uma menina desiludida da vida, e que presenciou coisas complicadas para digerir, você passa para um thriller de suspense e psicológico, pois parece que surge uma segunda persona dentro de Carol, e ela se torna torta em seus comportamentos, atrapalhando e atravancando a vida alheia. A princípio você tem pena dela, depois tem raiva dela, ao ver o quanto ela é destrutiva consigo e com os outros. Essa história tem um fim que levanta questões, e acho que a personagem merece outro livro, para talvez receber seu “castigo”, e merece ver que ela errou e tentar se acertar. Este é um livro de um escritor novo, com uma escrita nova e que tem muito a trazer aos leitores, suas ideias são boas. Valeu a experiência, porque não tinha lido nenhum livro nesse estilo, até um pouco proseado. É uma experiência nova e muito interessante. Vale a pena conferir.
Mais uma vez a página oficial da Agatha Christie está organizando uma leitura de uma obra por mês. O tema do primeiro mês é “um livro que mudou a vida da Agatha Christie”. Eu escolhi o “Assassinato na casa do pastor”.
Este foi o terceiro livro da Agatha que eu li, há uns 18 anos atrás. E meu primeiro livro de Miss Marple. Por coincidência, esta é a primeira história protagonizada pela simpática e inofensiva senhorinha que soluciona crimes.
O Colonel Protheroe é a pessoa mais detestada na pequena St. Mary Mead. Até mesmo o pastor local não gosta dele, e declara publicamente que a pessoa que matar o Coronel estará fazendo um serviço de utilidade pública. Poucas horas depois, essa declaração volta para assombrá-lo, pois o Coronel é encontrado morto na casa do pastor. É hora de sua simpática vizinha Jane Marple entrar em ação e tentar provar a inocência do pastor. Mas Miss Marple logo descobre que todos na cidade tem motivos para matar o Coronel… e St. Mary Mead não é uma cidade tão inocente quanto parece.
The Murder at the Vicarage (1986)
💬 Publicado em 1930
💬 É o primeiro livro de Jane Marple, que viria a se tornar tão famosa quanto o outro célebre detetive de Agatha, Poirot.
💬 O livro é dedicado à Rosalind, sua única filha.
💬 Além de introduzir Miss Marple e a cidade de St. Mary Mead, também introduziu outros personagens recorrentes nas histórias de Marple, como o pastor e sua esposa.
💬 Adaptado para o cinema em 1986 com Joan Hickson e na série “Marple” em 2004, com Geraldine McEwan.
Chuvisco é recém-formado e está começando sua carreira de tradutor em São Paulo. Ele seria uma pessoa bem comum, mas passa por catarses criativas, onde ele vê coisas estranhas como tartarugas gigantes, borboletas misteriosas ou até mesmo um grupo de heróis do qual faz parte. Ele aprendeu a dominar essas catarses, mas problemas em seu país acabam desencadeando novas crises. Desta vez, ele não pode contar com a ajuda de seu psicanalista e “professor x”, que acabou sumindo. “O Escolhido”, como se intitula o fanático presidente eleito, estimulou surgimentos de grupos de ódio, e perseguição de minorias. Para tentar combater esses grupos, o governo cria um Pacto de Convivência, que tem como objetivo o fim das perseguições às minorias. Mas as pessoas estão descrentes que vai funcionar. Chuvisco não acredita muito no Pacto, pois só consegue ver a repressão aumentar. Como muitos livros são proibidos, Chuvisco decide fazer sua parte aos poucos: com a ajuda de dois amigos, entrega livros na rua. Sofrem repressão da polícia, mas conseguem sair ilesos. Em outro dia, presencia um garoto trans sendo espancado na rua. Ele consegue ajudá-lo e cada um segue seu caminho. Chuvisco não consegue esquecê-lo, e começa a procurar o garoto, mesmo só sabendo o seu nome: Júnior. Ao se aprofundar na busca, acaba esbarrando com o Santa Muerte, um grupo de mídia independente que faz oposição ao Escolhido. Em uma realidade onde os protestos sofrem repressão violenta, e a liberdade de expressão é tirada das pessoas, Chuvisco e seus amigos terão que se posicionar, e tentar fazer sua parte para melhorar o país. . Um livro brilhante, a escrita de Novello é envolvente e fluída. É um daqueles livros que você lê e fica surpresa em encontrar tanto da nossa realidade. Será que a vida imita a arte, ou a arte imita a vida?
Uma das coisas que eu gosto nas minhas leituras é ler um livro em que o autor se utiliza de duas narrativas distintas, alternando passado e presente, para você entender toda a trama e amarrar o final em um desfecho quase epopeico. Em A Garota do Lago, uma estudante de direito chamada Becca é assassinada na pequena cidade de Summit Lake. O livro alterna então entre a história de Becca, contando sua vida, suas amizades com colegas no seu último ano de faculdade, até o momento de ser assassinada. A outra parte da narrativa fica com Kelsey, jornalista enviada para a cidade para investigar o crime. Existe uma trama política também, além de tratar dos sentimentos de raiva, ódio e vingança, aqueles sentimentos que aparecem em um bom thriller. Kelsey se emaranha em tudo isso, a procura de quase que um tesouro, pois sua investigação só poderá ser completa se encontrar o diário de Becca. Esta é a chave que ela precisa para desvendar tudo o que estava acontecendo, pois na cidade quase ninguém quer abrir a boca e contar algo. A jornalista, com a ajuda da gerente da cafeteria e de um médico,vai tentar descobrir coisas que nem a polícia do estado conseguiu.
Thriller, suspense, policial. A garota do lago é um livro que te surpreende, e quando você acha que as coisas vão se encaminhar de uma forma, o autor consegue fazer uma virada de 360 graus, e você percebe que as coisas não são nada do que você imaginava. É um livro espetacular. Nunca tinha lido nada desse autor, e gostei muito da sua escrita. Ele te envolve e te deixa amarrada ao livro, você quer saber desesperantemente como termina, e o autor não deixa você descobrir antes do final. E isso é muito bom, pois aqueles que tem finais óbvios cansam. Só teve uma pequena falha para mim, mas nem tudo é perfeito.
Na véspera de Natal, uma reunião familiar é interrompida por barulhos de objetos sendo quebrados e um grito horrível. O tirânico patriarca da família Lee é encontrado morto, mergulhado em uma poça de sangue saindo de sua garganta cortada. Hercule Poirot, que estava por acaso passando o Natal nas proximidades, é chamado para investigar o mistério. Mas encontra uma família disfuncional e uma atmosfera de desconfiança entre as pessoas: parece que todos tinham um motivo para querer a morte do velho.
Hercule Poirot’s Christmas (1994)
💬 Publicado em 1938. A citação de abertura do livro vem da peça de Shakespeare, Macbeth: “Mas quem poderia imaginar que o velho tivesse tanto sangue no corpo?”
💬 Agatha dedicou esse livro ao seu cunhado, que achava que os assassinatos nos seus livros estavam ficando muito refinados. Ela respondeu sua crítica com: “você queria uma história de assassinato violenta com muito sangue.. essa história é escrita para você!” Realmente, não é muito frequente nos livros da Agatha assassinatos violentos, gargantas cortadas, armas de fogo… a autora preferia matar seus personagens com veneno. A violência desse crime só se assemelha aos vários crimes horríveis do clássico “E não sobrou nenhum”.
Meg, Jo, Beth e Amy são irmãs que vivem com a mãe em uma tranquila vizinhança americana nos idos de 1868. Eles era uma família rica, mas depois de alguns problemas financeiros, perderam sua fortuna e o pai virou um pastor. No início do livro, o pai delas está servindo de pastor na Guerra Civil Americana, e as meninas passam o primeiro Natal sem ele. Meg e Jo, as irmãs mais velhas, trabalham para ajudar nas despesas de casa. Meg dá aulas para quatro crianças de um vizinho próximo e Jo é uma espécie de assistente de sua tia rica, Beth é uma menina tímida que prefere ficar em casa e fazer serviços domésticos, e Amy está na escola. Cada irmã é diferente, Meg é uma garota bonita e tradicional, Jo escreve e é meio moleca, Beth gosta de tocar piano e Amy é artista e sonha em andar em altos círculos sociais e ser rica. Elas ficam amigas dos vizinhos ricos, Laurie e seu avô. O livro segue contando pequenos trechos cotidianos da vida das meninas, conforme elas vão crescendo. Apesar de parecer ser um livro fofinho, e muitas vezes tem um tom didático, repleto de moral e bons costumes, sua heroína, Jo, faz a diferença. Talvez ela seja a causa da permanência do livro até os dias de hoje. Jo é uma garota a frente do seu tempo, sempre questionando o papel da mulher na sociedade. Ela luta por sua independência, e por ter suas histórias publicadas e ganhar dinheiro com isso, sem ser mal vista pela sociedade ou ser explorada por editores.
Little Women (2019)
Originalmente publicado em duas partes (e até hoje você encontra versões com os volumes separados): Mulherzinhas e Boas Esposas. Foi um livro encomendado pelo editor da Louisa May Alcott, que pediu que ela escrevesse algo para meninas. Mesmo contrariada, ela acabou cedendo, e escreveu alguns capítulos de teste. Ela achou um pouco chato, e seu editor também. Mas como a sobrinha do editor, que estava na faixa etária do público-alvo, leu e gostou, passaram os capítulos para outras meninas que também aprovaram. Então, Louisa escreveu o resto do livro bem rápido, para fins monetários mesmo, mas o sucesso da obra surpreendeu a autora e seu editor. Mais tarde, ela publicou mais outros livros no mesmo universo em sequência.
O livro já foi adaptado muitas vezes, tanto no teatro, como no cinema e na tv. A adaptação mais recente será um filme “Adoráveis Mulheres” com Saoirse Ronan como Jo, Emma Watson como Meg e Meryl Streep como a Tia March.
A nossa linda história de uma amor que passa não só fronteiras, como transpassa séculos, está maravilhosamente pincelada com toda a doce imaginação e criação da nossa autora, Patricia Garcia. Anna, nossa heroína, tira um final de semana de sua vida tumultuada e cheia de trabalho em Oslo, e vai conhecer uma cidadezinha que está situada ao norte da Noruega, chamada Winkerdom, famosa por sua beleza e riqueza de energia. Anna chega na cidade e encontra um sonho, pois o local tem tudo o que ela imaginava e muito mais. Encantada com as montanhas, o lago, o barulho das águas, tudo para ela era motivo de brilho e alegria. A cidade era conhecida como um local para as pessoas com problemas respiratórios e para cura de doenças. Seus habitantes são simples, agradáveis e muito hospitaleiros. Anna cita que esta viagem era “meu presente de aniversário para mim mesma”. Enquanto se encaminhava até a pousada, pensou que lembrava uma cidadezinha celta como num livro de criança. A pousada ficava em um topo. A dona da pousada, Melany Vyies, a esperava com um prato de sopa e acompanhava enquanto ele se deliciava com esse caldo. Um quarto maravilhoso a aguardava para um descanso merecido. No dia seguinte, estava programado seu dia de turista, para passear na cidade. Sou maior interesse era conhecer o famoso lago e as montanhas. Ao chegar lá, ANna teve uma emoção tão grande com esse lugar tão lindo, que sentiu como se já conhecesse ali. Ela meio que teve uma ventura esotérica nessa primeira saída dela. Viu nesse local cãezinhos e gatos embaixo de um arco, como sentinelas de uma fortaleza. Tirou fotos, ficou encantada com tudo, um verdadeiro sonho. É claro que, em todo bom sonho, existe um príncipe encantado, que ela acabou conhecendo sem querer, um jovem maravilhoso, chamado Sean. Os dois juntos e mais a senhora da pousada, que sabe de muitas coisas sobre a cidade, e é conhecida como uma quase bruxa da região, viverão uma história muito envolvente. O final de semana de Anna acaba virando toda a sua vida.
Envolva-se nesse livro, nessa emoção. O Chamado é um livro maravilhoso. Quem gosta de amor verdadeiro se encanta em suas páginas. Um livro cinco estrelas e um queridinho do ano.
Entre Laços e Conflitos conta uma história emocionante, da fibra de uma jovem mãe de 16 anos, e seu retorno a sua cidade, Poços de Caldas. Os personagens principais, Natália, seu pai, os gêmeos, o maravilhoso Igor- o primeiro namorado, Danilo e sua amiga Elisa, vão nos colocar em uma viagem de emoções, conflitos, e muitas vezes até raiva. Natália passou por muitos problemas, e saiu da cidade que agora retorna, 16 anos depois. Mãe poderosa de gêmeos, passa por tropeços e acertos durante o tempo que esteve fora da cidade e na sua volta. Uma história linda, romântica, com problemas que geram muita emoção, ao mesmo tempo que é tão atual e verdadeira. Você se emociona lendo, torce pela Natália, pelo pai dela, que é um grande pai. Helô Delgado tem uma escrita maravilhosa, sabe colocar o leitor dentro da história: você consegue ver os personagens na sua frente, como se você estivesse fazendo parte do livro. Entre Laços e Conflitos é um livro muito bom, vale a pena ser lido. É bem difícil encontrar um romance nacional atual em um nível muito bom, e a autora consegue entregar isso. Recomendado!