Na segunda quinzena de maio, nosso grupo de leitura coletiva discutiu Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf.
O grupo de leitura do Duende Leitor, “Uma mulher por mês” continua aberto para participação, a qualquer tempo durante o ano de 2020. Entre em contato conosco por duendeleitor@gmail.com ou através do direct no Instagram, e enviaremos o link do grupo no Whatsapp.
Virginia Woolf
Nasceu em 25 de janeiro na Inglaterra. Filha de Julia e Leslie Stephen, seu pai era um intelectual e Virginia foi educada em casa por professores particulares, tendo contato com escritores desde muito cedo.
Em 1912 se casou com o crítico Leonard Woolf. Pertenciam ao Grupo de Bloomsbury, círculo intelectual frequentado a principio por apenas duas mulheres, Virginia e sua irmã, a pintora Vanessa Bell. Este grupo se reunia para discutir sobre as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana e desprezavam a moral convencional. Virginia publicou seu primeiro livro, “A Viagem” em 1915. Em 1917 fundou com seu marido a editora Hogarth Press, que publicou autores como T.S. Eliot e Katherine Mansfield.

É considerada uma das criadoras do fluxo de consciência, técnica narrativa muito presente em suas obras. Por seu estilo narrativo, Virginia é Modernista.
Lutou com a saúde mental durante toda a sua vida, em uma época que esta condição era mal compreendida até pelos médicos. Com medo de estar caindo no mesmo estado de depressão profunda que passou em sua juventude, acabou se suicidando em um rio próximo a sua casa em 1941.
Suas obras incluem romances, contos, ensaios, peças, além das coletâneas de seus diários e cartas.
Mrs. Dalloway
O livro mais conhecido da autora, publicado em 1925. Este livro narra um dia inteiro de uma mulher chamada Clarissa Dalloway. Ela vai dar uma festa à noite, e o livro começa quando ela sai pela manhã para comprar flores. Enquanto vai pensando na vida e na festa, a narrativa salta entre a mente das pessoas que ela passa pela rua. Ao voltar para casa, descobre que seu marido foi convidado para um almoço – e ela não. Mais tarde, um amigo que ela não via há anos aparece em sua casa. Este amigo também tem seus pensamentos revelados pela narrativa, e através dele chegamos a Septimus, um veterano da 1ª Guerra Mundial, que luta contra o estresse pós-traumático. Clarissa e Septimus, embora nunca se encontrem neste romance, são dois contrapontos da mesma narrativa. Um notável exemplo do fluxo de consciência na literatura.
Temas
O pano de fundo da história é a vida após a Guerra, os traumas de veteranos, a mudança da sociedade e do império britânico. São visíveis as críticas ao antigo regime e aos valores opressivos perpetuados pelo Império – e que estão chegando ao fim.
Este livro também trata da comunicação x privacidade, a solidão humana, a solidão de uma mulher mais velha, pessoas que ainda não encontraram seu lugar no mundo, o medo da morte e da opressão.

Mrs. Dalloway
Autora: Virginia Woolf
Editora: Penguin Companhia
Avaliação: 4 estrelas
Para se aprofundar mais em Mrs. Dalloway
O livro As Horas, de Michael Cunningham, é uma espécie de releitura de Mrs. Dalloway, que conta com três pontos de vista: Virginia Woolf no final de sua vida; uma mulher que luta contra a depressão e está lendo Mrs. Dalloway e Clarissa, uma mulher que vai dar uma festa neste dia e vive um paralelo com a personagem de Mrs. Dalloway. Cada uma vive em uma época diferente e todas tem em comum a luta com o suicídio. Um livro excelente, vencedor do Pulitzer em 1999. Ganhou uma versão para cinema em 2002, que também recomendamos.

Fontes consultadas para a elaboração do texto
- Biografia: Virginia Woolf: A medida da vida – Herbert Marder
- SparkNotes
- Ebiografia